domingo, 26 de agosto de 2012

RITOS

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TEMA:
O Significado dos Ritos das Tradições Religiosas
AUTOR
: Sandra Larson, 2007, slarson@terra.com.br
SÉRIE:
4ª Série do Ensino Fundamental
OBJETIVOS:
O projeto objetiva compreender que as sociedades são multiculturais,
formadas por grupos de diferentes etnias reconhecendo a importância da cultura dos
povos num processo contínuo, busca também identificar ritos e rituais religiosos, a
diversidade de construções dos espaços e a importância de seu significado cultural,
além disso, visa discutir e promover o diálogo frente à concepção dos alunos diante
do significado dos ritos e das tradições religiosas demonstrando respeito e tendo
como base o direito a liberdade e opção religiosa.
FUNDAMENTAÇÃO PEDAGÓGICA
As tradições religiosas e místicas são fatos culturais e sociais que oferecem
um vasto campo de investigação permitindo avaliar uma visão de mundo
compreender as manifestações do sagrado, valorizar o conhecimento religioso como
patrimônio da sociedade construído ao longo da história em diferentes contextos
geográficos e culturais.
O Ensino Religioso deve ser entendido como um processo interativo entre
professores e estudantes, na busca da realização destes como seres humanos,
reconhecidos e respeitados como cidadãos inseridos numa realidade plural,
marcada pelas diferenças.
Diante disso o presente projeto será realizado com crianças da 4ª série do
Ensino Fundamental com a faixa etária aproximadamente de 9 a 10 anos.
As crianças nessa faixa etária começam a se interessar pelo mundo ao seu
redor e são capazes de pensar nas coisas por sua própria iniciativa com sensatez e
realismo, já são capazes de fazer críticas a sociedade sendo capaz de, discutir de
forma elementar os problemas sociais. Nessa idade as crianças possuem grande
interesse pela informática e tecnologias e são capazes de usar a internet para fazer
pesquisas escolares.
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Segundo Piaget O estágio operatório-formal apresenta como característica a
distinção entre o real e o possível. A criança se relaciona com o mundo construindo
sistemas operatórios através do seu contato direto com os objetos e situações de
realidade. O adolescente se relaciona com o mundo, buscando fazer generalizações
amplas, construindo teorias; não mais em presença de objetos concretos, mas a
partir de princípios abstratos a que chegou decorrentes de sua experiência concreta.
Na perspectiva de Vygostsky, a constituição das funções complexas do
pensamento é veiculada principalmente pelas trocas sociais e, nesta interação, o
fator de maior peso é a linguagem, ou seja, a comunicação entre os homens.
Diante disso presente projeto está fundamentado de acordo com as diretrizes
curriculares fundamentais para o ensino de história geografia e ensino religioso de
modo interdisciplinar visando o conhecimento, a reflexão, a troca de experiências e
aprendizagem significativa essenciais para aprofundamento de estudos posteriores
levando em conta a participação na sociedade e também nas questões de
cidadania.
Além disso, está de acordo com o artigo 32 e 26 da LDB .
No artigo 32.
I O desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos
o pleno domínio da leitura e da escrita .
No desenvolver das aulas o aluno faz uso de meios de informações,
comunicação, além da utilização de tecnologias favorecendo o uso da leitura e da
escrita de fatos pertinentes aos rituais religiosos, além disso, por meio do diálogo e
das pesquisas o aluno desenvolve a capacidade de aprendizagens e aquisição de
novos conhecimentos, além de compreender que o conceito de cidadania se
constrói historicamente percebendo as mudanças que ocorreram em diferentes
épocas. ( Parágrafo II do artigo 32. II A compreensão do ambiente natural e social,
do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores que fundamentam a
sociedade.
Desse modo o aluno irá desenvolver aprendizagens, aquisição de
conhecimentos com relação ao espaço físico e geográfico, histórico, social e
religioso. Formação de valores éticos, políticos e estéticos.
Além disso, o art.26 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação de 20 de
dezembro de1996 no parágrafo quarto consta: “&4º O ensino de história do Brasil
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levará em conta as contribuições das diferentes culturas e etnias para a formação do
povo brasileiro, especialmente das matrizes indígenas, africanas e européias.”.
Diante dessa citação ao se trabalhar com os rituais religiosos, como o
candomblé está também enfatizando fatos históricos da origem e da cultura de
povos africanos.
Com relação a disciplina de geografia Milton Santos appud Diretrizes
Curriculares Nacionais.
Para ter eficácia, o processo de aprendizagem deve, em primeiro lugar,
partir da consciência da época em que vivemos. Isto significa saber o que o
mundo é e como ele se define e funciona, de modo a reconhecer o lugar de
cada país no conjunto do planeta e o de cada pessoa no conjunto da
sociedade humana.
Da relação entre as dinâmicas da sociedade e da natureza resulta o objeto de
estudo da Geografia: o espaço geográfico. Por espaço geográfico entende-se o
espaço produzido, transformado e organizado pela ação humana, de forma direta ou
indireta. Por isso, a ênfase do ensino recai sobre a investigação de como a
sociedade ocupa, organiza e transforma o lugar onde vive em espaço geográfico.
Entende-se o ensino da Geografia como educação para a consciência do
espaço, compreendido nas suas dinamicidades. Para que esse processo ocorra, é
fundamental a utilização de recursos didáticos (imagens, filmes, músicas, textos
diversos, utilização de mapas que possibilitem o desvelamento da realidade e dos
discursos sobre ela). A construção da noção de espaço pelo estudante ocorre
gradativamente, daí a necessidade de se trabalhar com mapas para a compreensão
e representação do espaço.
Nesse sentido o projeto dá ênfase no candomblé e visa a ampliação do
conhecimento do espaço geográfico do Brasil e da África e possibilita que o aluno
compreenda e se localize no espaço por meio de mapas geográficos.
A construção e a socialização do conhecimento religioso são subsidiadas
pelos esclarecimentos do professor, pelo compartilhamento de experiências entre os
estudantes, pela pesquisa em diversas fontes, pela leitura e interpretação de textos,
pela análise de fotos, ilustrações e objetos simbólicos.
A realidade do estudante deve ser o ponto de partida e o ponto de chegada
no processo ensino-aprendizagem. Nessa concepção, consideram-se as
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peculiaridades ou particularidades da comunidade na qual se insere a escola para
que o estudante chegue ao entendimento da diversidade das manifestações do
sagrado e construa um referencial de respeito às diferenças.
Nesse sentido o ponto de partida foi trabalhar com a música de Daniela
Mercury a qual está dentro de um contexto real, além de estar na mídia a música
desperta grande interesse pelos estudantes dessa faixa etária.
O Ensino Religioso, como área do conhecimento e parte integrante da Base
Nacional Comum, conforme a Resolução n.º 2 de 7 de abril de 1998 da Câmara de
Educação Básica do Conselho Nacional de Educação, deve ser trabalhado
sistematicamente, articulado às demais áreas, no horário normal das escolas. Tem
objeto de estudo próprio, critérios e instrumentos de avaliação, metodologia,
objetivos e conteúdos específicos.
Conforme a LDB “Os conteúdos curriculares da educação básica observarão,
ainda as seguintes diretrizes”.
Art.32 – O desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista
a aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores.
Nesse sentido o projeto “O Significado dos Ritos das Tradições Religiosas”
visa propiciar ao estudante a compreensão das diferentes manifestações do
sagrado, ressaltando o respeito às opções das pessoas na busca da espiritualidade
e no exercício do diálogo inter-religioso.
Para conviver numa sociedade, faz-se necessário reconhecer o direito à
diferença, aceitando o outro com naturalidade e respeito. Cada ser humano precisa
compreender-se como um ser em relação com todos os seres da natureza e
entender que a riqueza dos seres humanos e demais seres consiste nas diferenças
e nas interações entre si.
A cidadania não é um conceito neutro envolve o cidadão em todos os
estágios de sua vida influenciando em grau maior ou menor a partir de seu
conhecimento dos seus direitos, deveres e sua participação e envolvimento na
sociedade em que vive, pois é uma construção social influenciada pelo seu grau de
consciência.
É preciso saber enxergar no mundo plural das tradições religiosas a presença
de um ser além da criatura e do criado, o totalmente Outro, que se manifesta e se
revela não apenas numa ou noutra religião, mas está presente em toda forma
humana de transcender.
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Qual a importância de estudarmos as religiões hoje? Seria a relação que se
faz com as demais disciplinas entre elas a geografia, a historia. A globalização da
economia, a crise ética e política, os desafios ecológicos e os conflitos sociais,
podem receber alguma iluminação deste tipo de reflexão. Se observarmos bem os
acontecimentos que nos circundam, perceberemos como as concepções religiosas e
suas tradições marcam profundamente toda a realidade. A vida social e política
continuam sendo influenciadas pelas religiões. Os conflitos étnicos, por exemplo,
geralmente têm conotação religiosa.
Conhecer os ritos religiosos significa, também, entrar em contato com um
mundo pluricultural no qual estamos inseridos. Se nos conectamos com o planeta,
percebemos cada vez mais sociedades caracterizadas por valores e modos de viver
muito diferente do que conhecemos. As sociedades e os indivíduos, apesar dos
níveis variados, todos, entram em relação com o mundo religioso que nos cerca.
Os
ritos são gestos simbólicos sagrados, linguagens corpóreas que muitas
vezes dispensam palavras. O ser humano ritualiza para expressar seus desejos, sua
fé e seu sentimento religioso.
Uma série de ritos forma o que chamamos de ritual, ou seja, o ritual designa
um conjunto de ritos, como, por exemplo, o batismo. (DICCIONÁRIO del
Cristianismo, 1974)
Os
rituais são dinâmicos: mudam conforme a época e as circunstâncias.
Muitas tradições possuem seus próprios rituais para celebrar os momentos
importantes na vida de seus adeptos.
Foram trazidos da África rituais religiosos não cristãos, como os cultos de
candomblé. Formas coletivas e rituais de devoção católica a santo protetores são
todas elas parte do folclore negro, portanto não africano ou do folclore branco
incorporadas por negros. Sob várias formas, mas sempre para uso de suas práticas
religiosas e salvaguardas de uma identidade nacional, ou pelo menos étnica, os
negros escravos produziram festejos, cortejos cerimoniais de acompanhamento, e
danças e autos de tradução simbólica, ao mesmo tempo, de sua identidade de
origem e de sua sujeição ao controle de senhores, estrangeiros e brancos (
BRANDÃO. 2004, P.325).
PLANO DE TRABALHO
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O professor irá motivar e despertar o interesse da turma por meio da música
“Meu pai Oxalá” ( Daniela Mercury).
AULA 1

Ouvir a música, em seguida entregar a letra da música aos alunos, ouvir
novamente e acompanhar a letra.

Questionar com alunos o estilo da música. Axé e suas origens.

Questionar com os alunos o significado do título da música “Meu Pai Oxalá”

Na letra da música solicitar aos alunos que destaquem nomes e palavras
desconhecidas.
MEU PAI OXALÁ
Atotô obaluyê
Atotô babá
Vem das águas de oxalá
Essa mágoa que meda
Ela parecia o dia
A romper na escuridão
Linda no seu manto todo branco
Em meio a procissão.
E eu, que ela nem via,
Ao Deus pedia amor e proteção:
Meu pai Oxalá é o rei,
Venha me valer
E o velho Omulu
Atotô obaluyê
Que vontade de chorar
No terreiro de Oxalá
Quando eu dei com a minha ingrata
Que era filha de Yansã
Com sua espada cor de prata
Em meio a multidão
Cercando Xangô num balanceio
Cheio de paixão
Meu pai Oxalá é o rei
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Venha me valer
E o velho Omulu
Atotô obaluyê.

Solicitar uma pesquisa referente às palavras encontradas e suas origens
AULA 2

Professor e alunos discutem a letra da música, as palavras conhecidas e
desconhecidas e resultados encontrados pelos alunos

Professor e alunos trocam comentários a respeito.

Explicação do professor enfatizando a história e a religião.
Os navios negreiros que chegaram entre o século XVI e XIX traziam mais do que
africanos para trabalhar como escravos no Brasil Colônia. Em seus porões,
viajava também uma religião estranha aos portugueses considerada feitiçaria
pelos colonizadores, ela se transformou pouco mais de um século depois da
abolição das escravaturas numa religião mais populares do país.” O candomblé”

Entregar um texto aos alunos a respeito da história.

Solicitar aos alunos uma pesquisa a respeito do Candomblé e suas origens. (
A pesquisa pode ser feita por meio de referências bibliográficas e sites de
internet.
AULA 3

Professor e alunos discutem as origens do Candomblé enfatizando que
Candomblé não é Umbanda, mas que ambas são religiões afro-brasileiras e
que umbanda é a mistura do candomblé com espiritismo.
Durante a explicação o professor irá enfatizar o espaço geográfico. Dá áfrica ao
Brasil, a diferença entre vários tipos de candomblé e as origens étnica,
acompanhado de um mapa.
Pelo mapa também são abordadas questões referentes a maior concentração
dessa religião no Brasil. Nordeste, Sudeste e centro oeste ( Bahia, Pernambuco,
Goiás, Rio de Janeiro, São Paulo e também no Rio grande do Sul)

Entregar para os alunos um mapa do Brasil para que localizem essas regiões
no mapa.
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AULA 4

Ouvir e cantar a música “ Meu Pai Oxalá”.

Explicação do professor a respeito do que são os orixás citados na música
de Daniela Mercury.
Segundo a tradição, os deuses do candomblé tem origem nos ancestrais clãs
africanos, divinizados a mais de 5000 anos. Os orixás estão longe de se parecer
com santos cristãos, ao contrário, as divindades do candomblé tem
características muito humanas: são vaidosos, temperamentais, briguentos, fortes,
maternais, ou ciumentos, enfim personalidades próprias.

Solicitar aos alunos que encontrem na letra da música alguns orixás( Oxalá,
Xangô, Yansã, Abaluayê,Omulu).

Comentários do professor a respeito dos dozes orixás mais cultuados no
Brasil e que cada orixá tem o seu símbolo, o seu dia da semana, suas
vestimentas e cores próprias e como os homem são temperamentais.

Entregar um texto de reportagem da revista “Super Interessante” com
comentários a respeito dos orixás.

Dividir a turma em grupos e cada grupo faz comentário a respeito de um orixá
citado na música e apresenta para os demais alunos da turma.
AULA 5

Durante essa aula o professor fará comentários a respeito dos rituais
utilizados no candomblé. A música, a dança, os instrumentos musicais, os
pratos utilizados na comunhão.

A música é acompanhada de três atabaques e que sem a música não existe
cerimônia.

Apresentar aos alunos fotos e imagens desses instrumentos.

As comidas utilizadas para as cerimônias.

As festas normalmente estão associadas aos dias santos do catolicismo. Mas
as datas podem variar de terreiro para terreiro de acordo com a
disponibilidade da comunidade.

Levar os alunos para o laboratório de informática, dividir a turma em grupos e
solicitar para que entre em alguns sites com temas relacionados ao
candomblé.
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Nos sites estarão informações a respeito dos rituais, orixás, vocabulários,
batuques, origens, escravidão, rezas e simpatias, inclusive simpatias
utilizadas por pessoas comuns independente de religião.

Após a pesquisa feita pelos alunos, cada grupo irá montar um trabalho escrito
a respeito do tema solicitado e apresentará para a turma em forma de
seminário.
Foto 1- Instrumentos Foto 2- Oferendas, comidas
AULA 6
Apresentação dos trabalhos em grupo e discusões dos grupos no
seminário.
AVALIAÇÃO
A avaliação faz parte do processo metodológico, portanto é um elemento
integrador no qual interagem estudante e professor ela permite que ambos
conheçam o progresso alcançado.
Os alunos serão avaliados a partir dos seguintes critérios:
Demonstra o respeito ás diferenças dos ritos religiosos
Identifica ritos e rituais, reconhecendo a importância do seu significado
cultural.
Compreende que as sociedades são formadas por grupos de diferentes
etnias
Identifica e se localiza diante das diversidades de espaços geográficos.
Compreendem que as culturas dos povos se constroem, num processo
contínuo e histórico.
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Argumenta e demonstra que compreende como ocorre a construção de
identidade no contexto brasileiro percebendo a diversidade cultural, étnicas e
religiosas.
RECURSOS DIDÁTICOS
RECURSOS DIDÁTICOS
Aula 1 Rádio, Cds
Aula 2 Textos informativos.
Aula 3 Mapas Geográficos
Aula 4 Rádio, CD. fotos
Aula 5 Sites de busca/
www,gogogle.com.br
REFERENCIAIS
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BRANDÃO. Carlos Rodrigues.
Gestos e rituais do catolicismo popular. Goiânia:
UFG, 2004.
LEI DE DIRETRIZES E BASES.
Lei de diretrizes e bases da educação. Lei nº
9394, de 20 de dezembro de 1996.Brasília 1996.
DIRETRIZES CURRICULARES PARA EDUCAÇÃO MUNICIPAL.
Diretrizes de
história
. Curitiba, 2006.
DIRETRIZES CURRICULARES PARA EDUCAÇÃO MUNICIPAL
Diretrizes de
geografia
. Curitiba, 2006.
DIRETRIZES CURRICULARES PARA EDUCAÇÃO MUNICIPAL
Ensino Religioso.
Curitiba, 2006.
PIAGET, Jean.
Seis Estudos de Psicologia. 4ª ed. Rio de Janeiro: Forenze, 1971.
VYGOSTKY, L.
Pensamento e Linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1987.
REVISTA.
super interessante, janeiro,nº 1, 1995.
http://www.xangosol.com/rituais.htm acesso em 28/05/2007
http://www.cemai.com.br/comportamento.asp.acesso em 01/06/2007
http://www.psicopedagogia.com.br/artigos/artigo.asp?entrID=698, acesso em
01/06/2007.

SolBatt agradece sua visita!

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